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Cobrança Indevida de Taxas no Guriri Road Fest Gera Revolta entre Comerciantes.


Evento realizado em área pública e patrocinado com verba da Prefeitura estaria sendo explorado pelo clube, que cobra até R$ 2.400 de comerciantes para permitir vendas no local.


Guriri, São Mateus (ES) — 15 de maio de 2025


O Guriri Road Fest, um dos eventos mais aguardados do calendário turístico de São Mateus, virou alvo de denúncias graves. Comerciantes relatam que estão sendo cobrados por um clube de motociclistas, para montar barracas em área pública durante o festival, que, segundo apuração, está sendo patrocinado com recursos da Prefeitura Municipal.



De acordo com diversos vendedores, os valores cobrados para participar do evento variam entre R$ 1.600 e R$ 2.400, dependendo do tipo de comércio. As barracas de cerveja estariam sendo cobradas em R$ 2.400, enquanto as de drinks pagam em torno de R$ 1.600. Informações sobre as taxas para barracas de comida ainda estão sendo confirmadas, mas há indícios de que também há cobrança.





Conforme apurado o evento acontece em área pública, e praticamente toda a estrutura do Guriri Road Fest incluindo palco, som e atrações está sendo financiada com verba pública. Por isso, o uso do espaço por comerciantes deve obedecer a critérios legais, como editais públicos ou autorização expressa da administração municipal. A cobrança por parte de uma entidade privada, sem respaldo legal, pode configurar crime.



“Fiquei indignado. Fui impedido de montar minha barraca porque não quis pagar os R$ 2.400. Sempre trabalhei nos eventos públicos daqui, e agora somos barrados por um grupo privado, em um espaço que é de todos?”, desabafou um comerciante local, que pediu para não ser identificado.


O caso tem repercutido em grupos de moradores da Ilha de Guriri e levantado questionamentos jurídicos. Segundo um advogado especialista em direito público consultado pela reportagem, a situação pode configurar usurpação de bem público, dependendo das circunstâncias. “Se a cobrança foi feita sem respaldo legal e em área pública, trata-se de um abuso. Quando há verba pública envolvida na organização do evento, é ainda mais grave”, afirmou.



Um dos expositores que está trabalhando no evento confirmou o pagamento da taxa diretamente ao clube. “Paguei R$ 2.400 via Pix para o CNPJ do próprio clube, e ainda tivemos que contratar segurança por conta própria para vigiar nossos materiais. A taxa já é abusiva, e ainda temos gastos adicionais. Se chover e tivermos prejuízos, ninguém se responsabiliza. Quem vai nos reembolsar?”, questionou.


O motoclube, apontado como um dos organizadores do evento, ainda não se manifestou oficialmente sobre as denúncias.




Diante da situação, comerciantes articulam uma representação formal ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES), pedindo investigação urgente sobre o uso de recursos públicos e a possível privatização indevida de espaço público. “É inaceitável que um grupo particular lucre em cima de um evento pago com o dinheiro do contribuinte, em área pública, e ainda prejudique quem tenta trabalhar honestamente”, declarou outro comerciante.



Com a polêmica em curso, muitos vendedores que tradicionalmente participam do festival não puderam trabalhar este ano. O resultado é um número reduzido de barracas e expositores, impactando não só os comerciantes, mas também o público e a economia local.

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