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"Vendedor de Ilusão": Presidente da Petrocity Tenta Reduzir Área de Proteção Ambiental em São Mateus

Atualizado: 15 de mai.


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Por Redação


São Mateus (ES) — Uma polêmica envolvendo o Grupo Petrocity voltou a acirrar os ânimos em São Mateus. O presidente da empresa, que há mais de uma década promete a construção de um porto privado no litoral norte capixaba, é acusado de tentar alterar, de forma silenciosa e sem diálogo com as comunidades afetadas, a legislação que define a zona de amortecimento da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Barra Nova.


Segundo apuração de lideranças locais e ambientalistas, o executivo do grupo teria articulado junto à Câmara de Vereadores uma proposta de lei complementar que visa reduzir a zona de amortecimento da RDS — área que funciona como um “colchão” de proteção para os ecossistemas da unidade de conservação e para as comunidades tradicionais da região, como Urussuquara, Campo Grande e Barra Nova.


A manobra, classificada como uma tentativa de "passar por baixo dos panos" por moradores e ativistas, foi feita sem qualquer processo de escuta pública, consulta prévia ou debate com as populações diretamente impactadas pelo projeto do Centro Portuário de São Mateus (CPSM), projeto orçado em mais de R$ 4 bilhões.


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Planejamento Atrasado e Licenças Indeferidas


Apesar do discurso público otimista, o andamento do empreendimento está longe da realidade prometida. De acordo com informações obtidas com exclusividade pela reportagem, o projeto enfrenta atrasos significativos em razão de problemas no licenciamento ambiental. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) foi indeferido pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA).


Na tentativa de contornar o obstáculo, a Petrocity tentou transferir a competência do licenciamento para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Contudo, o órgão federal também indeferiu o processo, alegando ausência de estudos de impacto social — exigência básica quando há comunidades tradicionais nos entornos de grandes empreendimentos.


Comunidades Ignoradas e Promessas Vazias


Lideranças locais denunciam que a Petrocity nunca realizou um processo consistente de consulta ou diálogo com os moradores das áreas impactadas. “Estão ignorando a legislação e os direitos das comunidades. Querem empurrar um projeto goela abaixo sem conversar com quem vai sofrer as consequências”, afirmou um representante comunitário da região de Barra Nova.


Enquanto isso, a promessa da construção do porto, feita pela empresa há mais de 10 anos, ainda não saiu do papel. Para críticos, o atraso se deve não apenas a entraves ambientais, mas também à condução do projeto, marcada pela centralização e má gestão do presidente da Petrocity.


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Próximos Passos


A tentativa de reduzir a zona de amortecimento da RDS de Barra Nova reacendeu o debate sobre os verdadeiros interesses por trás do projeto e levantou dúvidas sobre o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Comunidades organizadas e entidades socioambientais devem pressionar a Câmara Municipal para barrar qualquer modificação sem a devida participação popular.


Enquanto isso, o futuro do porto permanece indefinido — cada vez mais distante do que foi um dia anunciado como a solução para o desenvolvimento econômico da região.

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